A dor de existir
- Suzane Guedes
- 7 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
Enquanto caminhava pela praia, olhava aquele céu de brigadeiro (como dizem os cariocas), aquele mar transparente ainda de águas calmas, e pensava no ser, no ser humano, no ser também do verbo existir.
Dizer que viver não é fácil pode ser lugar comum, mas há aqueles que carregam uma grande dor em seu existir. Questionadores e insatisfeitos natos trazem na marca da alma a necessidade de tomar sempre um impulso ao ar, já que suas questões são sempre muito profundas. É difícil um período longo sem angústias, sem desejos impossíveis, sem a necessidade de apenas ser feliz. Mas ser feliz não é apenas.
Ser feliz é tarefa árdua, é trabalho do dia a dia, a cada dia. Ser feliz exige posicionamento e desejo para tal, quem se distrai à apatia corre o risco de perder seu lugar de contentamento. Mas a felicidade não está nas coisas simples? Sim, está também, mas permita-se reparar aquele que não sonha, aquele que não busca, aquele que não promove seu próprio desejo. Este fica refém ao desejo do outro, às circunstâncias da vida, e aos limites que o mundo impõe.
Existir é do humano, é da natureza, são as coisas ao nosso redor. Viver é outra coisa. Viver é prosa arrastada que necessita de poesia. Viver é cuidar das dores e dos amores. Viver é estar atento para poder se distrair. Viver é pra quem tem coragem, não é para amadores.
A dor de existir não vai ser curada com analgésicos, cada um sabe seu caminho, e quando ainda não sabe é bom procurar ou inventar um. Aliás, inventar, criar, sair do lugar comum e buscar seu próprio lugar, pode ser um caminho de leveza para alma.
E hoje eu gostaria de deixá-los com uma reflexão-presente, o que traz leveza a sua alma?
Com afeto, Suzane.



























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